“Nos negócios, a maturidade não é uma consequência da infância e da adolescência. As boas empresas nascem já maduras.”
Michael E. Gerber
Os grandes casos de sucesso empresarial, normalmente, não amadurecem com o tempo. Começam logo dessa forma. As pessoas que os fundam têm, geralmente, uma perspectiva completamente diferente da tradicional sobre os negócios e de como estes devem funcionar. É essa sua perspectiva que faz a diferença.
Estes empresários, usualmente, têm uma visão clara de como deve funcionar a sua empresa quando estiver “pronta”. Sabem também, perfeitamente, como actuará a empresa, na altura em que a dimensão prevista for atingida, e têm consciência de que, se não agirem dessa forma desde o primeiro dia, nunca lá irão chegar. O presente é moldado de acordo com a visão do futuro.
Isto revela uma compreensão clara do que é necessário para montar um grande negócio. Não é o produto, ou serviço, nem mesmo o trabalho que são importantes. É o próprio negócio que interessa.
A maior parte das pessoas que monta negócios não tem um modelo sólido que funcione. O que tem bem definido, é apenas o trabalho que faz ou aquilo que vende.
O verdadeiro Empreendedor começa com uma visão clara do negócio, no futuro, e então começa a montar o presente de acordo com ela. Vê o seu negócio como um sistema integrado, que aponta para a obtenção de resultados para os clientes e que reverterão a seu favor sob a forma de lucros. Sabe também, e muito bem, como deve o negócio funcionar para atingir esses resultados.
Este Empreendedor tem ainda a perfeita noção de que cada passo do desenvolvimento do seu projecto deve ser medido, se não quantitativa, pelo menos qualitativamente. Esta forma de estar é absolutamente fundamental, para afinar o modelo de negócio de acordo com os desejos do mercado e com os padrões que haviam sido definidos e, como tal, esses resultados devem ser constantemente comparados.
O modelo é desenvolvido com o objectivo inequívoco de satisfazer as necessidades de um determinado segmento ou nicho de mercado, e a atenção é essencialmente focalizada na forma como as coisas são feitas, e não nas coisas que são feitas.
O que se torna importante não é o produto ou serviço, mas a sua forma de ser distribuído ou prestado. A oportunidade é detectada e, então, a solução é criada para responder a essa necessidade. O negócio começa a ser desenhado de uma forma inovadora, no sentido de preencher uma necessidade percebida num determinado nicho. Tudo isto é feito da forma desejada pelo mercado e não da forma que o Empresário quer. A identificação inequívoca do cliente que deve servir aparece antes da concepção do negócio que vai servir esse cliente.
De alguma forma, a mentalidade criada é a de que o negócio é o produto, e não aquilo que faz ou vende. O negócio é construído como se um dia fosse ser vendido, mesmo que não seja essa a intenção. Queremos dizer que a empresa deve funcionar como uma orquestra afinada. Um local de ordem impecável, em que há sistemas para todas as actividades rotineiras e que, em última análise, não necessita do controlo operacional diário do proprietário, pois o nível de discricionariedade é diminuto e, consequentemente, o de previsibilidade bastante elevado.
O modelo criado deve ser altamente estimulante para o Empreendedor, pois é ele que vai conduzir o negócio, que vai mostrar o caminho. No entanto, deve também satisfazer o Gestor que há em cada empresário, pois é este que assegura que estão reunidas todas as condições para que esse caminho seja percorrido. As próprias competências técnicas do Empresário devem ter o seu modelo, para que este encontre também um espaço para fazer aquilo de que gosta. O modelo deve então ser equilibrado, para que cada uma das 3 personalidades do empresário encontre o seu espaço e, consequentemente, o seu nível de satisfação.
Serão então estes os sinais das empresas maduras. Estas começam de uma forma diferente de todas as outras. As empresas maduras são construídas com base em horizontes francamente mais largos, em pontos de vista bastante mais esclarecidos e inteligentes. As empresas maduras funcionam, não por causa do empresário, mas independentemente da sua presença.
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