quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Nós somos o que pensamos ser!

Porque são algumas pessoas tratadas por Senhor e outras por Você?
Há pessoas que comandam confiança, lealdade e admiração, enquanto outras simplesmente não…


Se olharmos um pouco mais de perto, percebemos também facilmente que são, normalmente, as pessoas mais bem sucedidas que nos transmitem esta imagem de “respeito”.

O que é mais curioso é que se observarmos ainda com mais atenção, compreendemos que vemos nos outros aquilo que eles vêm em si próprios e consequentemente os outros vêm também em nós, aquilo que vemos em nós próprios. Ou seja, cada um de nós é visto e tratado de acordo com a sua própria auto-imagem. Recebemos o tipo de tratamento que pensamos merecer.

A forma como pensamos determina a forma como agimos. E a forma como agimos determina a forma como os outros agem em relação a nós.

A consideração que temos sobre nós próprios revela-se em tudo aquilo que fazemos e como tal devemos cultivar esse auto-conceito.


A forma como pensamos sobre a nossa actividade é um dos aspectos fundamentais. Um dia vi um pedreiro passar por engenheiro, porque à pergunta sobre a sua actividade profissional, respondeu que estava a construir o maior estádio de futebol do País. A pessoa de imediato esclareceu que era pedreiro, mas a forma como pensava sobre si próprio e aquilo que fazia, levou os outros a dar-lhe uma diferente importância. A forma como pensamos sobre a nossa actividade diz muito, não só sobre nós próprios, mas também pela nossa capacidade de assumir outras responsabilidades. Mais do que isso, o respeito que temos pelo nosso trabalho tem uma elevada correlação com o desempenho que demonstramos no mesmo.

Em qualquer organização identificam-se facilmente dois tipos de pessoas. Um grupo que se preocupa com o seu futuro focando-se no que pode fazer para progredir mais depressa. Estas pessoas fazem sugestões constantemente, envolvem-se nos processos e não esperam mais do que uma chance para mostrarem o que valem.

O outro grupo está acima de tudo preocupado com a segurança, benefícios sociais e horas extraordinárias e vê o trabalho como um mal necessário. Foca-se normalmente nos aspectos negativos e no trabalho dos colegas.

O papel do Líder na organização é criar uma cultura de grupo 1, assegurando a passagem dos colaboradores do segundo grupo para o primeiro. Ao não o fazer corre o risco dos elementos do grupo 1, com o tempo, acabarem por fazer o caminho contrário.

O cuidado que temos com a nossa imagem é outro aspecto de grande importância. Quase que me apetecia dizer, que as pessoas importantes começam por parecer importantes. Ou seja, o facto de parecermos importantes faz-nos sentir como tal. A nossa aparência fala. Nos EUA há até um ditado que diz que “o que és fala tão alto, que nem consigo ouvir o que dizes”. Devemos cuidar de uma aparência irrepreensível. A nossa aparência fala connosco e fala também com os outros, pois é a primeira forma que têm de nos avaliar.

A chave do sucesso está então em pensarmos positivamente sobre nós próprios. Pensar que somos importantes, pensar que temos desempenhos de primeira linha, pensar que somos capazes, ajuda a que de facto o sejamos.

Tal como o pensamento das crianças tende a ser um reflexo do pensamento dos Pais, também o nosso pensamento, como adultos, tenderá a acompanhar o das nossas referências. Ou seja, vamos construindo um padrão de pensamento e comportamento que se inspira nas pessoas que mais admiramos.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, também nas organizações, a forma como o Líder pensa o seu trabalho, terá reflexo directo na forma como os colaboradores também o fazem. O entusiasmo do Líder, a sua atitude positiva face aos desafios contagia os colaboradores, que elevando os seus níveis de desempenho obtém melhores resultados.

Se por um lado o líder deve viver com a consciência, de que a sua atitude sobre si próprio influencia também a forma como os seus colaboradores se vêem a eles mesmos e consequentemente o seu desempenho, também cada um dos colaboradores deve procurar rodear-se das influências que mais facilmente o vão ajudar a tornar-se naquilo que pretende. Uma das formas de fazer isso é seleccionar as organizações e os líderes, que funcionem como melhores referências. Dito de outra forma, se pretendemos melhorar o nosso auto-conceito, o local onde escolhemos trabalhar pode fazer toda a diferença.