terça-feira, 14 de abril de 2009

Crise: Ameaça ou Oportunidade?!...

O Sistema de activação reticular é uma parte do nosso cérebro, que funciona como a bússola do mesmo. Lembra-se do último carro que comprou e de, de repente, começar a reparar numa série de carros da mesma marca? O nosso cérebro tem uma capacidade incrível de encontrar e criar tudo aquilo em que nos focalizamos. O cérebro encontrará provas de que a terra é plana, se assim o desejar. Por outras palavras, a sua atenção determina a sua direcção. O que é que acontece quando diz a si próprio para não se esquecer de algo? Pois, normalmente esquece-se. Experimente dizer a si próprio para se lembrar… É verdade! O resultado vai ser completamente diferente.
Quantas pessoas conhece, que vêm ameaças em todo o lado? Para quem o copo está sempre meio vazio? Mas outras há, que têm a característica exactamente contrária. Onde os outros encontram ameaças, eles detectam oportunidades.

O nosso sistema de activação reticular é tão poderoso, que aqui há uns anos, depois de investigação, se concluiu que a sorte e o azar eram hereditários. Ou seja os filhos de pessoas com sorte, tinham tendência a ter sorte e vice-versa. Embora estatísticamente essa fosse a realidade, os investigadores falharam ao classificar como sorte o uso adequado sistema de activação reticular. Na verdade o que acontece é que ao copiarmos os padrões de comportamento dos nossos Pais, tendemos também a replicar a forma de usar o SAR, ou dito de outra forma, o tipo de informação que filtramos e consequentemente aquilo em que nós nos focamos.

No último fim-de-semana, num workshop de negócios lancei este tema à discussão. Depois de trocarmos opiniões, acabámos por concluir em conjunto que a crise tanto pode ser uma oportunidade como uma ameaça. O mais curioso é que a escolha depende, apenas, de cada um de nós. Se decidirmos que é uma ameaça e nos focarmos em todos os perigos e problemas, será inevitavel a materialização dessa realidade, porque identificaremos à nossa volta, apenas a informação congruente com a nossa decisão. Pelo contrário, se decidirmos que é uma oportunidade a informação que seleccionamos e a acção que tomamos como consequência dessa informação, será também congruente com essa decisão.

Ou seja, também nos negócios o nosso sistema de activação reticular nos pode ajudar ou não dependendo da forma como escolhermos usá-lo. Nunca encontrará oportunidades se se convencer de que não as há e potenciará todas as ameaças se fôr nisso que concentrar a sua atenção... Mas se se mover em direcção ao que pretende, em vez de fugir do que teme, a crise poderá ficar reservada apenas para os seus concorrentes.