A origem da adolescência, nos negócios, encontramo-la no nível
de crescimento que obtivemos na diversão. O aumento significativo das vendas
traz consigo o aumento da complexidade. Mais colaboradores, mais activos, mais
investimentos, processos mais sofisticados, mais fornecedores, mais clientes e
mais desafios.
Nesta altura é critico que, ainda que se mantenha grande
atenção nas vendas como forma de alimentar o crescimento do negócio, o foco
principal seja posto no lucro. É nesta fase que algumas empresas capitulam por
não perceberem que vender alimenta o crescimento do negócio mas que o sucesso
do mesmo é directamente limitado pela sua capacidade de transformar essas
mesmas vendas em lucro.
É necessário então começar a aplicar sistemas, o que é mais
difícil do que parece, e cuidar do emagrecimento da empresa. Até porque, nesta
altura, tradicionalmente assistimos a um abrandamento no crescimento das
vendas. É também nesta fase que se torna fundamental construir uma verdadeira
equipa que possamos treinar para operar os sistemas implementados mas
assegurando que respira a cultura que queremos viver na organização.
O propósito dos sistemas e dos processo é exactamente o de
permitir à organização lidar melhor com a complexidade. Muitas vezes existe nas
empresas resistência à implementação destes sistemas porque as pessoas e até o
empresário, receiam que isso vá limitar a sua liberdade. Por isso surgem, com frequência,
as desculpas da flexibilidade e do receio de isso vai tornar a empresa menos humana
e de que o mercado possa não receber bem essa mudança. E a esses receios a
minha resposta é dupla: por um lado o leitor sabe que, no fundo, isso não
passam de desculpas e por outro não tem opção. O crescimento traz complexidade
e a única forma de a gerir é sistematizar.
Temos o desafio de tomar decisões importantes e
estruturantes, o que normalmente não é o nosso forte e o desafio de as aplicar
que parece ainda maior. Muitas vezes surge, nesta fase, uma crise de identidade
organizacional e o Gestor chega a colocar em causa a sua capacidade de levar o
barco a bom porto.
Esta é a altura de rever o organigrama da empresa e repensar
a forma como as coisas estão organizadas. Para algumas empresas esta é a altura
de o desenhar porque nunca antes se preocuparam em fazê-lo.
Por outro lado, no que se refere à organização comercial do
negócio, nesta fase e no decurso do rápido crescimento alavancado pelas vendas,
assiste-se tradicionalmente a uma separação entre as vendas e as operações. Esta
separação cria normalmente algum tensão entre os departamentos, pois os
Comercias sentem a importância do seu contributo nos resultados gerais e
colocam nas operações uma grande pressão para entregar. A sistematização da empresa deve prever
a aproximação máxima entre os departamentos no sentido de alinhar as vendas com
a entrega.
Um bom equilíbrio de sistemas é exactamente do que
necessitamos para sair da adolescência e chegar ao apogeu. Nem sistemas demais
nem de menos, apenas o suficiente para estabilizar o crescimento do negócio.
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