Pagar pelo desempenho é, da forma como vejo as coisas e nas
PME, um necessidade absoluta, no sentido de se garantir rentabilidade. Acho que
pagar pelo desempenho é tão critico num negócio que, se não conseguir
implementá-lo de imediato, se deveria despedir a si próprio.
Eu sei que na Europa existem algumas limitações legais a
esta ideia, mas é sempre possível implementar várias regras. Eu defendo que 30%
a 100% da remuneração dos colaboradores deve estar ligado à performance. E da
mesma forma que devemos premiar os resultados deverá haver penalizações por
determinados tipos de falhas.
Hoje em dia estão muito na moda as teorias de motivação e os
prémios de desempenho, mas não vale de muito ter uma cenoura se não tivermos
também um pau. Ou seja há que compensar a performance, mas penalizar o mau
desempenho. Tal como em tudo na vida é legítimo pensar que, na nossa empresa há
sempre consequências, até porque nós empresários temos de viver com elas.
Consequências boas se o desempenho for bom e menos boas se o desempenho for
medíocre.
E quando falamos de pagar por performance não estamos a
referir-nos a bónus anuais. Estamos a falar do vencimento mensal ser ajustado
segundo o desempenho e a capacidade demonstrada de cumprir o plano.
É claro que as coisas são diferentes dependendo das funções.
Mas de alguma forma cada colaborador acrescenta ou subtrai algo aos resultados
da empresa. Desenhar a forma mais adequada de medir esses impacto e ligar a
maior percentagem possível da remuneração ao desempenho é altamente desejável.
É claro que há que dar atenção aos detalhes. Cada programa
de remuneração deve ser desenhado para servir o negócio, especificamente, e a
função a que se refere.
O cenário ideal é que todos os departamentos e funções
estejam a ser medidos em alinhamento com métricas financeiras a cada mês e
sejam avaliados no seu desempenho a cada trimestre. Dessa forma 4 vezes por ano
os colaboradores recebem uma avaliação concreta e escrita, detalhando o que
estão a fazer bem e menos bem.
Os óptimos colaboradores devem ser pagos de acordo com o que
produzem, ou seja muito bem. Mas os medíocres devem ter feedback transparente.
É uma questão de honestidade para com todos. Mostre-lhes onde estão exactamente
e o que se espera deles. Dê-lhes uma oportunidade de melhorar mas não tolere
mediocridade.
E lembre-se, tal como ouvi um dia dizer, o pior de uma
recessão é que dá aos empresários uma desculpa para que as coisas não corram
bem e para não assumirem a sua principal responsabilidade: assegurar os lucros!
Se não está a conseguir assegurar o seu rendimento e lucros
ainda que modestos é porque o crescimento económico dos últimos anos o deixou
adormecido. Não se dê ao luxo de actuar como uma vitima das circunstâncias. O
fracasso podia e pode ser evitado.
3 comentários:
Excelente artigo Paulo!
Sem dúvida que o sistema de remunerações deve estar indexado à performance de um colaborador. Na minha humilde opinião o processo mais difícil é o de criar uma avaliação de desempenho o mais justa possível. Certo que nas equipas comerciais é mais fácil indexar aos resultados, mas para cargos mais administrativos / gestão, nem tanto. Para além de tudo isso, a esmagadora maioria das empresas não tem sequer as DAF’s dos colaboradores, muito menos processos de avaliação. Numa recente experiência pude constatar isso mesmo. O bom de tudo isso? É que tanto empresários como colaboradores estão extremamente abertos a essa solução! E isso, meu estimado amigo, é fantástico!!!
Concordo em absoluto. Não é mais ou menos o que acontece no meu ramo de actividade, uma vez que só sou remunerada quando faço uma venda(performance)?
Obrigada pela partilha
MG
É isso mesmo que existe na RE/MAX Margarida. Nesse caso é totalmente indexada a remuneração à performance. Cps.
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