Em mais de três mil estudos sobre liderança, conclui-se que uma das características comuns dos
líderes é a existência de uma visão. Se nos tornamos naquilo em que pensamos na
maior parte do tempo, então os líderes pensam na sua visão e na forma de a
realizar.
O Ph. D Edward Banfield, da Universidade de Harvard concluiu, ao fim
de mais de 50 anos de investigação, que a existência de uma visão de longo
prazo era o factor mais determinante do sucesso das organizações. O mesmo
autor definiu esta capacidade como a de “projectar vários anos no futuro,
enquanto se tomam decisões no presente”.
Todos os profissionais da gestão e estratégia empresarial parecem
estar de acordo na ideia de que todas as empresas devem ter uma visão, como
forma de lhe assegurar não só realizações importantes, mas também um futuro e
uma direcção de longo prazo, enquanto lhes faculta uma identidade que as deve
distinguir da sua concorrência.
Todos nós já ouvimos a expressão “construir castelos no ar”.
Normalmente, a expressão é utilizada num sentido menos positivo. O sentido de
que quem o faz não é realista ou tenta construir uma realidade não sustentada.
Do ponto de vista do planeamento estratégico e consequentemente da
construção da nossa visão, é exactamente no ar que os castelos devem ser
construídos, ainda que depois nos devamos preocupar em construir-lhes fundações
muito sólidas.
Se formos pensar, em rigor é no ar que todos os castelos são
construídos numa primeira fase. Ou seja, antes da sua construção física, todos
os castelos tiveram antes uma construção mental. Primeiro foram concebidos na
imaginação do seu arquitecto, que depois colocou as suas ideias no papel. Só
depois de estarem concebidos desta forma é que foi possível passar aos planos
de construção e, ainda mais tarde, à sua edificação propriamente dita.
A nossa visão deve traduzir, de uma forma abrangente, as
nossas intenções e aspirações para o futuro. O seu papel é, essencialmente,
inspirador e pretende empurrar-nos para os máximos níveis de realização
profissional. Deve traduzir os nossos ideais de forma a alinhar a nossa acção
diária.
Quando construímos a nossa visão devemos focar-nos na construção de um
ideal. Para isso é fundamental eliminarmos todas as formas de censura dos
nossos pensamentos de forma a podermos projectar um futuro perfeito. A partir
daí devemos desenvolver um raciocínio do futuro para o presente.
Tenho um amigo que me costuma dizer que o gargalo (o estrangulamento)
está no cimo da garrafa. Ou seja, o que normalmente nos impede de ir mais longe
são os nossos pensamentos, o que se passa na nossa cabeça.
2 comentários:
Perfeita a colocação.
Assim fosse todos os empresários.
É muito bom ler matéria assim, faz com que pensamos melhor.
Obrigado pelo comentário Roberto. Um abraço.
Enviar um comentário