terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pagar por performance.


Pagar pelo desempenho é, da forma como vejo as coisas e nas PME, um necessidade absoluta, no sentido de se garantir rentabilidade. Acho que pagar pelo desempenho é tão critico num negócio que, se não conseguir implementá-lo de imediato, se deveria despedir a si próprio.
Eu sei que na Europa existem algumas limitações legais a esta ideia, mas é sempre possível implementar várias regras. Eu defendo que 30% a 100% da remuneração dos colaboradores deve estar ligado à performance. E da mesma forma que devemos premiar os resultados deverá haver penalizações por determinados tipos de falhas.
Hoje em dia estão muito na moda as teorias de motivação e os prémios de desempenho, mas não vale de muito ter uma cenoura se não tivermos também um pau. Ou seja há que compensar a performance, mas penalizar o mau desempenho. Tal como em tudo na vida é legítimo pensar que, na nossa empresa há sempre consequências, até porque nós empresários temos de viver com elas. Consequências boas se o desempenho for bom e menos boas se o desempenho for medíocre.
E quando falamos de pagar por performance não estamos a referir-nos a bónus anuais. Estamos a falar do vencimento mensal ser ajustado segundo o desempenho e a capacidade demonstrada de cumprir o plano.
É claro que as coisas são diferentes dependendo das funções. Mas de alguma forma cada colaborador acrescenta ou subtrai algo aos resultados da empresa. Desenhar a forma mais adequada de medir esses impacto e ligar a maior percentagem possível da remuneração ao desempenho é altamente desejável.
É claro que há que dar atenção aos detalhes. Cada programa de remuneração deve ser desenhado para servir o negócio, especificamente, e a função a que se refere.
O cenário ideal é que todos os departamentos e funções estejam a ser medidos em alinhamento com métricas financeiras a cada mês e sejam avaliados no seu desempenho a cada trimestre. Dessa forma 4 vezes por ano os colaboradores recebem uma avaliação concreta e escrita, detalhando o que estão a fazer bem e menos bem.
Os óptimos colaboradores devem ser pagos de acordo com o que produzem, ou seja muito bem. Mas os medíocres devem ter feedback transparente. É uma questão de honestidade para com todos. Mostre-lhes onde estão exactamente e o que se espera deles. Dê-lhes uma oportunidade de melhorar mas não tolere mediocridade.
E lembre-se, tal como ouvi um dia dizer, o pior de uma recessão é que dá aos empresários uma desculpa para que as coisas não corram bem e para não assumirem a sua principal responsabilidade: assegurar os lucros!
Se não está a conseguir assegurar o seu rendimento e lucros ainda que modestos é porque o crescimento económico dos últimos anos o deixou adormecido. Não se dê ao luxo de actuar como uma vitima das circunstâncias. O fracasso podia e pode ser evitado.

3 comentários:

Sérgio Martins disse...

Excelente artigo Paulo!
Sem dúvida que o sistema de remunerações deve estar indexado à performance de um colaborador. Na minha humilde opinião o processo mais difícil é o de criar uma avaliação de desempenho o mais justa possível. Certo que nas equipas comerciais é mais fácil indexar aos resultados, mas para cargos mais administrativos / gestão, nem tanto. Para além de tudo isso, a esmagadora maioria das empresas não tem sequer as DAF’s dos colaboradores, muito menos processos de avaliação. Numa recente experiência pude constatar isso mesmo. O bom de tudo isso? É que tanto empresários como colaboradores estão extremamente abertos a essa solução! E isso, meu estimado amigo, é fantástico!!!

Dar cor à vida disse...

Concordo em absoluto. Não é mais ou menos o que acontece no meu ramo de actividade, uma vez que só sou remunerada quando faço uma venda(performance)?

Obrigada pela partilha
MG

Sérgio Martins disse...

É isso mesmo que existe na RE/MAX Margarida. Nesse caso é totalmente indexada a remuneração à performance. Cps.