A minha última leitura foi de um clássico da Liderança: O Monge e o Executivo.
Não sei porque este livro só apareceu na minha vida agora, mas parece-me que apareceu na altura certa.
Confesso que não é o tipo de livro mais imediato para mim. Nem sempre entro bem nos livros que contam uma estória, enquanto vão passando as mensagens. Normalmente prefiro os que vão directo ao assunto e põem toda a carne no assador, centrando-se nas ideias. Ainda assim, este caiu-me bem e permitiu-me recolher algumas ideias fundamentais para esta fase da minha vida profissional.
O autor não esconde a sua vertente muito religiosa, e liga várias das lições à espiritualidade.
As primeiras ideias que são passadas prendem-se com o que foi ficando conhecido como "a regra de ouro": tratar os outros como gostávamos que nos tratassem a nós. E também com o processo de influência, que é identificado como o processo de liderança.
O livro apela também à ideia de serviço, o líder que serve a sua equipa no sentido de lhes proporcionar as melhores condições, o apoio e ambiente para a sua máxima produtividade. Bem como ao carácter e integridade do líder na medida em que constrói a confiança de que a equipa necessita para seguir voluntariamente, bem como pelo exemplo da forma correcta de fazer as coisas.
James Hunter não esquece o papel da escuta como chave do processo de influência e, portanto, como qualidade essencial dos líderes e centra grande parte do seu argumento nas noções de poder duro, o poder coercivo, a que chama "poder" e poder suave, o poder da atracção, a que chama "autoridade" como ferramentas da liderança. O autor concentra-se quase totalmente na segunda, como a forma adequada de envolver uma equipa para os melhores resultados organizacionais.
É apresentado um modelo piramidal de liderança, que não me sensibilizou particularmente, também é defendido o apaixonado diálogo ideológico e a necessidade de vozes discordantes, como factores fundamentais nos grupos de sucesso.
A existência de regras de funcionamento do grupo, definidas pelo líder, não é esquecida, bem como a capacidade que todos temos de fazer escolhas e dessa forma influenciarmos o nosso destino.
Para quem já leu o livro, perdoem-me se, neste resumo, não reflicto as ligações à espiritualidade feitas por James Hunter, mas preferi centrar-me essencialmente nas ideias que mais me tocaram.
4 estrelas na minha opinião.