Este fds, no Jornal “O Expresso”, vinha um artigo muito interessante que se referia ao comércio tradicional nas baixas comerciais de Lisboa e Porto.
Este artigo focava-se na realidade dramática da quantidade de lojas que têm vindo a fechar por deixarem de ter condições para permanecer em actividade. Complementava ainda a informação deixando-nos alguns dados sobre a quantidade de empresas que têm vindo a fechar em Portugal durante todo o ano confirmando a grave crise que estamos a atravessar.
Julgo ser incontestável que atravessamos uma crise terrível do ponto de vista económico e não gostava de diminuir as responsabilidades das autoridades na morte lenta das baixas comerciais no nosso País, porque não é só em Lisboa e Porto que este fenómeno se manifesta.
Mas julgo que um dos maiores desafios dos empresários, nesta altura, é exactamente o de deixarem de procurar responsáveis no exterior e olharem para si próprios como as únicas soluções para os seus problemas. Felizmente não faltam também exemplos, no nosso Pais, de empresários a vender mais do que alguma vez venderam e outros que lançam mesmo novos projectos com óptima receptividade por parte do mercado.
Na minha perspectiva, nunca é o que acontece no mercado que faz a diferença mas sim a forma como nós, empresários, decidimos responder a isso.
O mercado mudou! E vai continuar a mudar. Acredito eu que a uma velocidade cada vez maior. E aqueles que de nós não mostrarem capacidade de se adaptar à mudança vão inevitavelmente acabar... extintos.
Não pretendo com este artigo apontar o dedo a ninguém e muito menos diminuir os empresários que estão a passar por dificuldades. Mas antes alertar para aspectos que me parecem decisivos nos tempos que correm, porque o fantástico aumento da competitividade das últimas décadas não se compadece com as práticas tradicionais da gestão dos pequenos negócios.
É preciso perceber o que o mercado quer (porque isso está sempre a mudar), encontrá-lo e dá-lo ao mercado. É decisivo proporcionar uma fantástica experiência ao cliente e já ninguém tem pachorra para o desinteresse com que habitualmente somos servidos no nosso Pais. É fundamental ter uma óptima proposta de valor mas também saber comunicá-la.
Acredito profundamente que as crises, tal como os Invernos, fazem falta ainda que não gostemos delas. E acredito também que as crises são uma oportunidade para nos pormos em causa e nos reinventarmos, melhorando as propostas de valor que levamos ao mercado, com benefício derradeiro deste último.