Tenho para mim muito claro, que o caminho para a riqueza não passará, em caso algum, por trabalhar por conta de outrem. Por muito elevado que seja o nosso salário, não nos conduzirá nunca à riqueza. O que acontece na maior parte dos casos e enquanto trabalhamos para os outros, é que nos habituamos a consumir o nosso rendimento, ou até a contrair dívida para consumir mais ainda. No caso de quem tem salários mais elevados, muitas vezes, vive-se como rico sem de facto o ser.
O que é então ser rico?
O primeiro passo para a riqueza, é a construção de um rendimento passivo, por oposição a um ordenado. O que é um rendimento passivo? É um fluxo de caixa criado por investimentos e negócios, que não envolvam directamente a nossa actividade. Ou seja, quer nos levantemos da cama quer não, temos esses fluxos garantidos. Quando chegamos a esta fase julgo que nos podemos considerar endinheirados. Mas atenção, estamos a falar de fluxos de caixa constantes, não da possibilidade de estarmos a consumir aquilo que antes ganhámos. Estes fluxos devem ainda ser maiores, do que aquilo que normalmente gastamos.
O passo seguinte será tornarmo-nos abastados. Considero que nos tornamos abastados, quando ao rendimento passivo juntamos o crescimento patrimonial de activos físicos que suportem esse rendimento. Portanto aos fluxos de caixa constantes a que chamamos rendimento passivo, devemos juntar a apreciação patrimonial que nos trazem os activos físicos. Dentro dos activos físicos, o meu preferido é o Imobiliário. Durante muitos anos houve quem investisse em materiais preciosos, como o ouro, estes investimentos têm caído em desuso depois de durante várias décadas o ouro ter tido uma apreciação inferior aos depósitos.
Mas voltemos aos Imobiliário. Da forma como entendo as coisas, para de facto podermos considerar um activo como tal, este deve garantir-nos 2 coisas: Apreciação de valor patrimonial e rendimento. Caso contrário, na minha perspectiva, não os considero um verdadeiro activo. Isto pode parecer um contra-senso para quem toda a vida pensou, que a sua própria casa é o seu mais valioso activo. Não concordo! Se não gera um retorno é um encargo! Como tal deve ser suportada pelo nosso rendimento passivo. Obviamente que não podemos deixar de ter casa. Na minha opinião e do ponto de vista do enriquecimento, este é um mal necessário. Podemos eventualmente contar o aumento do seu valor patrimonial, mas ao não podermos também contar com rendimento, devemos ver a nossa casa como um mau activo ou praticamente como um passivo.
É fundamental ser assegurada esta ordem. Primeiro o rendimento passivo depois os activos físicos. Há muita gente que se sente tentada a fazer o contrário e torna-se rica em activos físico mas pobre em dinheiro. Fazer as coisas ao contrário compromete também o potencial de criação de riqueza, pois é a liquidez que nos permite continuar a investir e consequentemente financiar o enriquecimento.
Mas enfim chega a Riqueza. A verdadeira e abundante Riqueza, passe o pleonasmo, chega quando aos rendimentos passivos e à apreciação patrimonial do Imobiliário, juntamos a alavancagem dos activos não tangíveis. O que são activos não tangíveis? São acções, contratos, royalties, direitos e licenças. Tudo aquilo que gere dinheiro, sem gerar sequer preocupações. Quando escrevemos um livro, fazemo-lo uma vez e somos pagos por muitos anos. Quando desenvolvemos uma tecnologia, fazemo-lo também uma vez e somos pagos durante um longo prazo. Tudo aquilo que podemos fazer uma vez e ser pagos por longo período, se transforma num activo intangível. E o melhor dos activos intangíveis, é que normalmente não nos custam nada.
O que normalmente acontece, é que é muito difícil chegar a esta fase, sem antes passar pelas outras duas. E é muito difícil, porque esta fase depende de conhecimento. Conhecimento esse que deve ser construído ao passar pelas outras fases. É claro que muita gente ficará satisfeita, ao chegar a qualquer uma das outras fases. Mas acredito que esta será a fase verdadeiramente compensadora e aquela a que muito pouca gente se atreve a chegar.